A crise de 29 ceifou a maré de sorte do capitalismo deixando muitos na pobreza extrema. |
Era 24 de outubro de 1929. Charles Wilson, um importante acionista de um banco famoso se levanta da cama e vai tomar o seu café sem nenhuma preocupação. Vai para o trabalho e recebe a notícia de um amigo: "aconteceu o crack na Bolsa de Valores. Estamos falidos." Nesse instante, a vida de Charles passa diante de seus olhos. Tudo o que construiu com muito sacrifício se esvai. E o pior. No dia anterior, era um homem bem sucedido nos negócios. Agora, estava literalmente pobre. Não aguentou a decepção e se suicidou. Era a quinta-feira negra que marcou o início da pior crise da história do capitalismo e que levou inúmeros à pobreza e ao desemprego. Seria o início de um desespero que duraria toda a década de 30.
Os Anos 20: a Euforia Econômica
Publicidade do refrigerante Coca-Cola, de 1924. Repare que a mão de um ho- mem bem-sucedido mostra o copo dian- te da cidade de Nova Iorque para exaltar o sucesso dos EUA e sua modernidade. |
Se a burguesia estava feliz com todos os seus cofres, que a cada dia ficavam mais cheios, imagine a felicidade da classe média norte-americana, que tinha a sua vida marcada pelo consumismo exacerbado. A vida destes privilegiados se resumia a um verbo: comprar. Comprar o quê? Ora, poderia ser um carro, um abajur, um aspirador de pó, comida enlatada, rádios ou uma geladeira. Tudo do bom e do melhor. Algo, que estava praticamente ao alcance apenas dos norte-americanos.
Os Loucos Anos 20: Uma Verdadeira Farra
Os casais se divertem em uma boate de jazz, marcada pelo colorido e pela bagunça. Repare o corte curto de cabelo das mulheres e seus braços nus. A inovação da década de 20. |
Viver na década de 20 significava o divertimento sem compromisso algum. Significava dançar charleston nas boates que viviam abarrotadas de rapazes e moças. Significava as mulheres poderem fumar e usar roupas coladas e cabelos curtos. Sem falar no jazz que arrasava os corações dos jovens.
Nessa mesma época, houve o surgimento do movimento surrealista que procurava libertar o homem comum da ditadura racional, que esmagava o irracional e o inconsciente, responsáveis pelo papel criativo no homem. Ou seja, era uma profunda crítica aos burgueses que só pensavam em lucrar.
Mas, sem dúvida, um dos maiores impactos na civilização da época foi o rádio. Já imaginou ouvir pela primeira vez algo que estava sendo transmitido na mesma hora e no mesmo instante a dezenas de milhares de famílias espalhadas por todo o mundo? Era todos sentindo a mesma emoção de uma notícia. Agora, a humanidade se fazia mais próxima e uniforme, mesmo não estando todos numa mesma sala.
Um Herói Bandido: Al Capone
Entre 1920 e 1933, foi imposta a Lei Seca. Desta forma, estava proibida a fabricação e a comercialização de bebidas alcoólicas. O resultado? Nunca se bebeu tanto nos Estados Unidos.
Al Capone, o mais famoso dos gângsteres. Ma- tou, roubou e mesmo assim é considerados por muitos um grande herói. |
Porém, mesmo com toda essa biografia escrupulosa, muitos o consideram um herói. Talvez, essa imagem tenha vindo das informações passadas pelos filmes, que colocam Al Capone como o mocinho da história. O que leva a mídia a criar histórias falsas a respeito de determinadas personalidades? Qual o problema em contar as histórias como elas realmente aconteceram? Será que a mídia procura familiarizar os seus espectadores com o crime e a malandragem? Boas perguntas.
O Início da Grande Depressão: Crack da Bolsa
Uma multidãose aglomera em frente à Bolsa de Nova York, em Wall Street. Era o crack. |
Com o crack (quebra) da Bolsa de Nova York, não demorou muito para que o resto do mundo sentisse todo o terror. Devido à grande interligação da economia mundial com poucas horas depois, a bomba estoura nas bolsas em Londres, Tóquio, Berlim, Amsterdã e Paris.
O Grito, de Edvard Munch. Um retrato da Grande Depressão: terror, angústia e solidão. |
A Superprodução
O pensador francês Charles Fourier dizia: "No capitalismo, a abundância gera a miséria." Podemos dizer que esta simples frase resume todo o motivo para que hovesse a Grande Depressão. Para entedermos esta ideia por completo iremos analisar mais detalhadamente a forma como o sistema capitalista funciona.
O contraste entre o american way of life e a fome e o desem- prego. Fila de proletários que buscam pelo alimento. |
Porém, desde Adam Smith, o principal era o ideal do livre mercado. Ou seja, cada empresário que cuidasse do seu próprio negócio. Ou seja, se caso o executivo estava tendo doces lucros, sorte sua. Se caso estivesse se lascando, azar o dele. Desta forma, todos acreditavam que devido a esta autonomia particular somada à inovação produtiva a economia crescia cada vez mais. Só não contavam com a desorganização econômica que isso gerava.
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